Saneamento básico é uma das questões sociais que mais precisam de investimento no Brasil. Aproximadamente 100 milhões de brasileiros, quase metade da população, vive sem coleta de esgoto; 35 milhões não possuem nem acesso a água tratada. O problema é antigo, mas que deve mudar em breve com o Marco do Saneamento.
Explicamos neste outro artigo como funcionará e os benefícios que o Marco do Saneamento pode trazer ao país e à população, mas em resumo, a proposta é atrair investimentos do setor privado para levar água potável para 99% da população e rede de esgoto a 90%.
O investimento feito hoje em serviços de água e esgoto é muito abaixo do necessário. Segundo estudo do Instituto Trata Brasil, o país precisaria investir R$ 395 bilhões entre 2016 e 2036 para proporcionar à toda a população brasileira serviços de saneamento básico.
Porém, a realidade está muito abaixo do esperado. O ideal seria um investimento anual médio de R$ 20 bilhões, sendo que nos dois primeiros anos seria preciso R$ 38,5 bilhões. Em contrapartida, nos anos de 2017 e 2018 o Brasil investiu aproximadamente R$ 24 bilhões em saneamento básico, ou seja, menos R$ 14,5 bilhões a menos do que o necessário.
A falta de saneamento básico no Brasil afeta a economia em diversos setores: gastos hospitalares por conta de doenças, diminuição na produtividade de trabalhadores e de estudantes, além da deterioração ambiental que sabota o desenvolvimento no turismo e no mercado imobiliário.
O investimento em saneamento seria benéfico em tantos setores que o poderia devolver aos cofres públicos cerca de R$ 1,12 trilhão em duas décadas.